Carlos Wizard decide permanecer em silêncio na CPI da COVID
Após a fala inicial feita pelo empresário Carlo Wizard, ele próprio e também seu advogado afirmaram que permaneceria calado sobre todas as questões “conforme a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF)”.
Antes, ao falar aos senadores, Wizard justificou sua ausência na primeira data para sua oitiva explicando que estava nos Estados Unidos acompanhando o pai, de 87 anos, que está com a saúde debilitada e exigindo cuidados em tempo integral.
“O que os senhores fariam se os senhores tivessem na minha condição? Deixar o pai sozinho no momento que mais precisam de apoio? Como se isso não bastasse, tenho minha filha que também mora nos EUA e está enfrentando uma gravidez de risco e terá o bebê nos próximos dias”, afirmou o empresário.
‘Jamais tomei conhecimento de qualquer gabinete paralelo’, afirmou Wizard
Wizard disse que conheceu o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello em 2018, quando ele, a mulher e os filhos, foram missionários em Roraima para acolher refugiados venezuelanos que entraram no Brasil.
“Trabalhamos em cooperação com a operação acolhida liderada por Eduardo Pazuello. Fomos em missão humanitária sem nenhum interesse a mais. Oferecíamos alimento, medicamento, tratamento, apoio, tudo que era necessário para a manutenção da vida”, relatou.
Wizard disse que, depois que foi nomeado secretário-executivo do Ministério da Saúde, Pazuello ligou para ele pedindo apoio para combater a pandemia e salvar vidas.
“Eu falei que ele podia contar comigo, desde que eu fosse voluntário, sem vínculo com nenhum órgão, e sem receber remuneração”, esclareceu o empresário.
E negou que tenha feito parte do suposto “gabinete paralelo” que aconselharia o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no combate à pandemia.
“A minha disposição em servir o país combatendo a pandemia faz com que eu seja acusado de pertencer a um suposto gabinete paralelo. Eu jamais tomei conhecimento de qualquer gabinete paralelo. Se isso existiu eu jamais tomei conhecimento. Jamais fui convidado, abordado ou convocado para participar de gabinete paralelo”, declarou Wizard.
Carlos ainda afirmou que nunca participou de reunião privada com o presidente da República e que jamais teve qualquer influência no pensamento do presidente. Ele ainda declarou que nunca fez recomendação do uso de medicamentos contra a Covid-19 e nem fez qualquer recomendação sobre a imunização de rebanho por ser “outro tema que escapa meu entendimento”.
“É isso que gostaria de esclarecer aos senhores. Vou permanecer em silêncio conforme garantido pelo STF.”
A decisão do empresário deixou o colegiado e a base opositora visivelmente irritada na CPI.