Bolsonaro pede acesso a celular de advogados de Adélio
O advogado Frederick Wassef apresentou, representando o presidente Jair Bolsonaro, uma petição em que pede a revisão decisão judicial de não autorizar a quebra dos sigilos telefônicos dos advogados de Adélio Bispo, autor da facada contra Bolsonaro quando era candidato à presidência em setembro de 2018.
Na ação judicial, Wassef lista elementos que na sua avaliação colocam suspeição sobre os advogados, como:
- “(1) um renomado escritório de advocacia é contratado para defender investigado de baixa renda;
- (2) a contratação do escritório não ocorre a título pro bono;
- (3) a contratação do escritório ocorre sem conhecimento do investigado;
- (4) a contratação do escritório não ocorre por solicitação do investigado; e
- (5) a contratação do escritório não ocorre por solicitação de familiares ou amigos do investigado”.
De acordo com o advogado, há, no curso da investigação, elementos que mostram “circunstâncias atípicas” em relação a Adélio.
“Ao longo da apuração envidada nos IPLs n° 0475/2018 e n° 0503/2018, a Autoridade Policial Federal colheu uma série de documentos e depoimentos que permitem deduzir circunstâncias atípicas a respeito (A) das finanças do Sr. Adélio Bispo de Oliveira e (B) do processo de contratação da prestigiada banca de advogados que patrocina a sua defesa técnica”, argumentou Wassef na petição.
Na semana passada, Bolsonaro assinou uma procuração dando amplos poderes para Wassef representá-lo judicialmente, no dia 6 de maio.
Bolsonaro confere a Wassef “amplos poderes para o foro em geral à defesa de seus direitos e interesses para representar o outorgante (Bolsonaro) em juízo ou fora dele em que for autor, réu, assistente, ou oponente, podendo propor contra quem de direito as ações competentes e defendê-la nas contrárias seguindo umas e outras até final decisão”, consta na procuração.
A petição que Wassef assina já resulta do poderes concedidos a ele pelo presidente.