Bolsonaro assina transferência de tecnologia da AstraZeneca para a Fiocruz, produção começa ainda em junho
O presidente Jair Bolsonaro, assinou ontem (1º), o termo que autoriza a transferência de tecnologia do laboratório AstraZeneca para a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Estiveram presentes no evento o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, da presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, e de representantes da AstraZeneca e do governo do Reino Unido.
Bolsonaro aproveitou para afirmar que o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello e o ex-ministro das Relações Exteriores, Carlos França, Ernesto Araújo, “trabalharam e, muito, nessa questão”.
“Nisso que acabamos de assinar agora, ou melhor, fazer aqui uma devida ressalva, cumprimentar o trabalho do antecessor do Queiroga, o Eduardo Pazuello, e do antecessor também do Carlos França, Ernesto Araújo, que trabalharam e muito nessa questão deste acordo que acabamos de assinar”, afirmou o presidente.
No termo de transferência consta que a Fiocruz terá acesso ao método de produção do imunizante e do ingrediente farmacêutico ativo (IFA) – componente fundamental das vacinas e assim terá total autonomia na produção do imunizantes para o Brasil.
“Isso é um grande passo que o Brasil dá. Se não me engano é o quinto ou sexto país do mundo que passa a produzir o IFA e, brevemente, nós poderemos até estar exportando essa vacina. O mundo todo só estará seguro depois que grande parte ou quase a totalidade da população mundial estiver sido imunizada”, declarou Bolsonaro.
A fundação está otimista e apta para iniciar a produção, que será de 15 milhões de doses da vacina na fábrica de Bio-Manguinhos mensalmente, as primeiras doses 100% brasileiras devem ser entregues em outubro. As etapas de adaptação da planta fabril, aquisição de todos os equipamentos necessários à incorporação da tecnologia de produção do IFA e toda a documentação referente à certificação de toda operação, já foram concluídas.
Para o diretor da Fiocruz, Mauricio Zuma, a transferência de tecnologia “traz materialidade à independência nacional na produção da vacina Covid-19”. “Bio-Manguinhos tem 45 anos de existência e, ao longo destes anos, desenvolveu competências tecnológicas que tornam a instituição capaz de internalizar todas as etapas produtivas, com toda a complexidade envolvida nos processos biotecnológicos. É uma resposta importante que trazemos para o país no combate à pandemia, aliada à incorporação de uma nova tecnologia que também poderá ser utilizada para trazer futuras soluções para a saúde da população.”
O próximo passo é o treinar a equipe técnica e a elaborar a documentação técnica relacionada aos processos produtivos do IFA nacional. Serão produzidos dois lotes de pré-validação e três de validação, que precisarão passar por testes de comparabilidade pela AstraZeneca, até que se esteja pronto para alcançar a produção em larga escala.
Também será necessário elaborar documentos para alteração no registro da vacina junto à Anvisa pois o novo local de fabricação do IFA precisa ser incluído no registro da agência e no Plano Nacional de Imunizações.