Evasão escolar tem grave aumento na Pandemia
A presidente do Conselho Nacional de Educação, Maria Helena Guimarães de Castro, avaliou nesta segunda-feira a importância da vacinação de professores e que a medida é fundamental, já que o déficit de aprendizado após tantos meses de escolas fechadas é muito grande.
“A desigualdade era elevada, ela aumentou, assim como nós já sabemos que a evasão aumentou também, o abandono escolar é grande. Sabemos que a perda de aprendizagem é grande e a recuperação dessas aprendizagens vai levar tempo. Há estudos que mostram que na escola as crianças estão mais protegidas do que quando elas ficam nas suas casas. Então não faz o menor sentido não reabrir as escolas” afirmou Maria Helena.
Já o Líder de Relações Governamentais do Todos Pela Educação, Lucas Hoogerbrugge, reafirma que o cenário atual da educação é desestimulante mas que é possível recuperar o tempo perdido.
“Não diria que a gente pode recuperar tudo que perdeu, acho que tem efeitos concretos da pandemia na vida das crianças, dos jovens, das famílias, que infelizmente a gente não consegue recuperar, mas a gente precisa trabalhar para reduzir esses impactos da melhor forma possível. A gente sabe que a pandemia afeta desigualmente a população brasileira. O país já é desigual e vamos precisar investir em quem mais precisa, então a gente precisa de um olhar para o estudante vulnerável, periférico”, afirmou Hoogerbrugge.
No estado de São Paulo, as escolas estão abertas mas apenas 35% da capacidade das salas de aula. O fechamento das escolas públicas paulistas em 2020 causou um déficit de 72,5% no aprendizado esperado e triplicou o risco de evasão. O Secretário da Educação de São Paulo, Rossieli Soares afirma que ainda não é possível mensurar com exatidão o prejuízo aos estudantes.
“Em um ano normal esse indicador era de 56% das crianças já alfabetizadas no primeiro ano, um indicador bom, mas ainda a melhorar. Com a pandemia, tivemos apenas 21% das crianças alfabetizadas. A gente avaliou o aluno que estava no 5º, no 9º e no 3º ano do ensino médio, em português e matemática para poder fazer uma comparação. O que nós tivemos foi um resultado de aprendizagem menor do que o 3º ano fundamental para os alunos do 5º ano, por exemplo, em matemática”, pontuou Rossieli, que ainda afirmou que a secretaria de educação tem acompanhado profissionais e alunos para ajudar na recuperação do conteúdo perdido investindo em tecnologia.