Depoimento de Pazuello derruba narrativa da CPI da COVID
Por dois dias o general, e ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello foi ouvido na CPI da COVID. Ao contrário do que vinha sendo amplamente divulgado pela própria Comissão e pela mídia tradicional, o ex-ministro não se esquivou de nenhuma pergunta, respondeu a tudo com riqueza de detalhes.
Por incontáveis vezes as perguntas proferidas a Pazuello eram simples e completamente diferente do objeto da CPI, o que causou irritação por parte da base governista. O general chegou a pedir para que perguntas mais completas fossem feitas, mas o colegiado não gostou da colocação.
Um ponto fundamental na narrativa da CPI é o negacionismo por parte do Governo Federal, mas também foi derrubado com o depoimento do ex-ministro. Havia um plano estratégico elaborado por Luiz Henrique Mandetta, mas a decisão do STF de dar autonomia a Estados e Municípios inviabilizou sua execução.
“O plano do governo era um plano estratégico. Ele é muito longo. Já estava discutido. Muitas coisas não foram implementadas pela posição de que as decisões seriam de estados e municípios. Ele foi feito com o ministro Mandetta”, declarou o general.
Foi comprovada que a negociação com a farmacêutica Pfizer teve início em maio de 2020, alguns termos contratuais não eram claros e o governo somente poderia realizar a compra com a vacina aprovada pela Anvisa e com uma lei que permitisse sua compra. Além de querer uma garantia por parte da farmacêutica sobre os possíveis efeitos colaterais. Segundo Pazuello, a empresa respondeu em julho de 2020 e foi quando o governo assinou o termo de confidencialidade.
Sobre o colapso pela falta de oxigênio no Amazonas, o ex-ministro afirmou que a responsabilidade é somente da Secretaria de Saúde do AM.
“Somos abastecidos pelas informações das secretarias estaduais. Fica claro para mim que a preocupação com o acompanhamento do oxigênio não era foco da secretaria de Saúde do AM. No próprio plano de contingência não apresentava nenhuma medida quando a oxigênio”, afirmou o ex-ministro.
“A empresa White Martins já vinha consumindo a sua reserva estratégica e não fez sua posição de uma forma clara desde o início. Se a Secretaria de Saúde tivesse acompanhado de perto, teria descoberto que estava sendo consumido uma reserva estratégica”, acrescentou Pazuello.
Ao final do depoimento de Eduardo Pazuello, fica plenamente clara a intenção da CPI em atacar a gestão de Jair Bolsonaro afirmando uma suposta interferência indevida no ministério da Saúde, mas nenhum dos ex-ministros nem o atual afirmou isso. A narrativa desta CPI é de que desconhecem o funcionamento da administração federal em um sistema de tripartição de poderes. O Judiciário “esvaziou” o poder do Presidente da República, negando a legitimidade de quem foi eleito para comandar o país.
O colegiado da CPI já tem uma sentença pronta, estão apenas tentando, a todo custo, buscar algum fato para embasá-la, buscando supostas provas e evidências de um crime de responsabilidade que não existiu.