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Flávio Bolsonaro – o “garoto propaganda” do BRB


Após toda especulação sobre a aquisição de um imóvel pelo senador Flávio Bolsonaro e a maneira como ele obteve crédito junto ao Banco Regional de Brasília (BRB), houve uma verdadeira corrida à instituição financeira por crédito nas mesmas condições que as autorizadas para o Senador.

A instituição financeira que tem como principal acionista o Governo do Distrito Federal, financiou R$ 3,1 milhões da casa nova de Flávio Bolsonaro, como revelou detalhadamente o portal O Antagonista. A certidão do imóvel registrada em cartório aponta que a taxa praticada pelo Banco de Brasília na operação foi de 3,71% (mais o IPCA), com valor nominal de 3,65% (mais o IPCA). O BRB informou que, na última semana, houve um crescimento de 434% nos acessos aos simuladores de crédito habitacional do banco. Além do aumento de 234% nas propostas enviadas ao banco que pedem o empréstimo nessas mesmas condições.

Um dia antes de a notícia vir a público, em 28 de fevereiro, as consultas para crédito imobiliário atrelado ao IPCA eram 314 no total. No dia seguinte, 1º de março, quando a compra foi noticiada, houve um salto para 1.060. Dia 2, chegaram a 3.001 simulações; e, nas 48 horas seguintes, totalizaram mais 4.733 consultas.

Já as propostas efetivas tiveram um pico com até 20 pedidos de crédito no mesmo dia, quatro vezes mais (5 propostas) que nos dias de maior procura da semana anterior à revelação da compra da casa do senador.

O BRB informou que o banco financiou 235 operações de crédito imobiliário indexadas ao IPCA , em 2020, no mesmo formato que o contratado por Flávio. Desse total, 205 (ou 87%) tinham taxas fixas de 3,40% (sem contar a variação do IPCA), ainda mais baixas que a aprovada para senador. E outras 29 operações imobiliárias atreladas ao IPCA seguiram os mesmos valores nominais, de 3,65%, do contrato de Flávio Bolsonaro. Apenas um empréstimo foi fechado com taxa superior: de 4,75%. De acordo com o banco, porque o cliente não teria transferido o crédito do salário.

Traduzindo em números reais ocorreu o seguinte: de R$ 100,7 milhões que irrigaram financiamentos imobiliários vinculados à correção por IPCA, R$ 64,6 milhões tiveram taxas mais baixas que as praticadas para Flávio Bolsonaro e sua esposa, Fernanda. Enquanto outros R$ 35,7 milhões foram liberados com o mesmo percentual aprovado para o filho do presidente.

Desde o início da pandemia, o BRB abriu linhas de crédito imobiliário e para construção civil consideradas agressivas no mercado e mais vantajosas que a de outros bancos, assumindo a liderança do crédito imobiliário no DF. Somente a Caixa Econômica Federal apresenta índices ainda mais competitivos que os do BRB no DF, com financiamentos que começam a partir de 3,35% (mais o IPCA).

 




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