A importância do satélite Amazônia 1 para o Brasil
A Missão Amazonia irá fornecer dados (imagens) de sensoriamento remoto para observar e monitorar o desmatamento especialmente na região amazônica e, também, a diversificada agricultura em todo o território nacional com uma alta taxa de revisita, buscando atuar em sinergia com os programas ambientais existentes.
Os dados gerados serão úteis para atender, ainda, outras aplicações correlatas, tais como: monitoramento da região costeira, reservatórios de água, florestas naturais e cultivadas, desastres ambientais, entre outros.
Os dados estarão disponíveis tanto para comunidade científica e órgãos governamentais quanto para usuários interessados em uma melhor compreensão do ambiente terrestre.
A Missão prevê três satélites de sensoriamento remoto: Amazonia 1, Amazonia-1B e Amazonia-2, estando o primeiro em fase final de desenvolvimento.
Além dos objetivos finalísticos associados ao provimento de dados para monitoramento do meio ambiente, a Missão tem um importante objetivo do ponto de vista tecnológico: a validação da Plataforma Multimissão PMM como sistema, que será utilizada pela primeira vez no satélite Amazonia 1.
Por fim, a Missão Amazonia irá consolidar o conhecimento do Brasil no desenvolvimento integral de uma missão espacial utilizando satélites estabilizados em 3 eixos, visto que os satélites de sensoriamento remoto anteriores foram desenvolvidos em cooperação internacional com outros países.
Essa competência global em engenharia de sistemas e em gerenciamento de projetos coloca o país em um novo patamar científico e tecnológico para missões espaciais. A partir do lançamento do satélite Amazonia 1 e da validação em voo da PMM, o Brasil terá dominado o ciclo de vida de fabricação de sistemas espaciais para satélites estabilizados em três eixos.
Isso significa autonomia para atuar em missões dessa categoria e capacitação para avançar para outros tipos de missão. Significa também a possibilidade de trabalhar em todas as etapas e em todos os subsistemas de uma missão dentro de parcerias nacionais.
Além disso, a disponibilidade de uma plataforma (PMM) qualificada em voo permitirá seu reuso em outras missões, nacionais ou em parceria internacional.
Finalmente, a indústria espacial brasileira terá ganho herança de voo nos equipamentos fabricados para o satélite, o que abre perspectivas para fornecimento a outros países e agências espaciais.
Ganhos Tecnológicos
- A validação da Plataforma Multimissão (PMM) como sistema, gerando confiabilidade e reduções significativas de prazos e custos para o desenvolvimento de futuras missões de satélites baseados na Plataforma Multimissão;
- Consolidação do conhecimento do Brasil no ciclo completo de desenvolvimento de satélites estabilizados em 3 eixos, ganhando também maturidade nas atividades de integração e testes de satélites;
- Capacitação no subsistema de Controle de Atitude e Órbita e Supervisão de Bordo, a partir da experiência do contrato com transferência de tecnologia com a Argentina;
- Desenvolvimento na indústria nacional dos mecanismos de abertura do Painel Solar, que nos satélites da série CBERS foram fornecidos pela China;
- Desenvolvimento da propulsão do subsistema de controle de atitude e órbita na indústria nacional, embora utilizando partes adquiridas no exterior;
- Capacitação do país na realização de operações iniciais pós lançamento (LEOP);
- Consolidação de conhecimentos na campanha de lançamento de satélites de maior complexidade;
- Consolidação e aquisição de experiência nas tomadas de decisões e ações em condições criticas de operação;
- Aquisição de experiência na execução de operações para encerramento do ciclo de vida da missão.