Parler processa Amazon pela interrupção de hospedagem
O Parler, a rede social que atraiu centenas de milhares de novos usuários nos últimos dias após ter início uma onda de perseguição e banimento contra usuários conservadores em plataformas como o Twitter, anunciou na segunda-feira (11) que acionou a Amazon na justiça após ter a hospedagem da plataforma suspensa pelo serviço Amazon Web Services.
A ação da Amazon “é o equivalente a desligar suporte vital de um paciente do hospital”, disse o Parler em um processo aberto na segunda-feira em um tribunal federal em Seattle, buscando uma ordem que obrigue a Amazon Web Services a manter sua conta ativa.
A AWS “vai acabar com os negócios do Parler – no exato momento em que está prestes a disparar”, de acordo com o processo.
No processo, o Parler alega infração antitruste.
“Há menos de um mês, o concorrente da AWS e Parler, o Twitter, fechou um acordo de vários anos”, de acordo com o processo. “No final da noite de sexta-feira, o Twitter proibiu o presidente Trump de usar sua plataforma, levando assim um grande número de seus usuários ao Parler. Vinte e quatro horas depois, a AWS anunciou que suspenderia indefinidamente a conta do Parler.”
Parler afirma na ação que, ao suspender sua conta, a AWS “removerá do mercado um player emergente, restringindo severamente o comércio no mercado de serviços de microblog”.
O Parler está pedindo à juíza distrital Barbara Rothstein que aja imediatamente e emita uma ordem temporária para manter o site funcionando enquanto o litígio se desenrola.
O caso tem o nome de Parler LLC v. Amazon Web Services Inc., 21-cv-00031, Tribunal Distrital dos Estados Unidos, Distrito Oeste de Washington.
Amazon cancela conta de hospedagem do Parler
A gigante do comércio eletrônico anunciou na noite de sábado (9) que cancelaria o serviço de hospedagem na Amazon Web Services (AWS) da rede social Parler a partir de domingo, obrigando a plataforma a procurar um novo servidor de hospedagem para que possa continuar ativa.
A Parler está sofrendo uma dura perseguição por parte de gigantes como Google e Apple que baniram entre ontem e hoje a distribuição de seu aplicativo sob pretexto de disseminação de incitação à violência.
Para que o aplicativo volte a ser distribuído nas lojas da Apple e Google, as empresas exigem que o Parler interfira no conteúdo publicado por seus usuários, criando um sistema rígido de controle da informação limitando o que pode ou não ser falado pelas pessoas.
A empresa até o momento se nega a criar algoritmos e uma equipe de censores para editar o conteúdo criado por seus usuários na plataforma como fazem o Twitter, o Facebook e o YouTube.
Legisladores republicanos, incluindo o senador Ted Cruz e o congressista Devin Nunes, bem como os familiares e apoiadores proeminentes do presidente Donald Trump, criaram contas no Parler e encorajaram publicamente seus apoiadores a se juntarem a eles. O mesmo aconteceu com muitas figuras da mídia conservadora americana.
Milhões de usuários conservadores iniciaram uma migração de redes sob forte esquema de censura como o Twitter para redes alternativas que não interferem no conteúdo publicado pelos usuários como o Parler e o Gab após Twitter e Facebook terem iniciado uma forte ofensiva contra pessoas que defendem o presidente.
Funcionários da Amazon pressionaram pela suspensão
Em um tweet publicado no sábado, um grupo de funcionários da empresa de Jeff Bezos denominado “Amazon Employees for Climate Justice” (Funcionários da Amazon por Justiça Climática) disse que a Amazon Web Services deveria “negar os serviços ao Parler até que [a empresa] remova as mensagens que incitam à violência, inclusive na posse presidencial”.
Google bane Parler da loja de aplicativos
A loja de aplicativos Google Play, presente em todos celulares Android, confirmou na sexta-feira (8) ter banido o aplicativo da rede social Parler.
O motivo apontado pela empresa é a falta de controle sobre o que cada usuário pode expressar na plataforma. Leia abaixo o comunicado.
“Para proteger a segurança do usuário no Google Play, nossas políticas de longa data exigem que os aplicativos que exibem conteúdo gerado pelo usuário tenham políticas de moderação e aplicação que removem conteúdo flagrante, como postagens que incitam à violência. Todos os desenvolvedores concordam com esses termos e lembramos Parler dessa política clara nos últimos meses. Estamos cientes de postagens contínuas no app Parler que buscam incitar a violência contínua nos EUA. Reconhecemos que pode haver um debate razoável sobre as políticas de conteúdo e que pode ser difícil para os apps removerem imediatamente todas as violações de conteúdo, mas para distribuirmos um aplicativo por meio do Google Play, exigimos que os aplicativos implementem moderação robusta para conteúdo chocante. À luz desta ameaça contínua e urgente à segurança pública, estamos suspendendo as listagens do aplicativo na Play Store até que resolva esses problemas.” – Porta-voz do Google.
Apple também bane rede social
A Apple removeu o aplicativo da plataforma social Parler, uma rede popular entre os apoiadores de Trump e defensores da liberdade de expressão, de sua loja App Store no sábado (9).
A informação foi inicialmente dada pea CNBC e confirmada pelo Direto da América por volta das 22h00 (DF); o aplicativo não constava mais no catálogo na loja de aplicativos da Apple nos EUA.
“Sempre apoiamos diversos pontos de vista representados na App Store, mas não há lugar em nossa plataforma para ameaças de violência e atividades ilegais”, disse um representante da Apple em um comunicado. “Parler não tomou medidas adequadas para lidar com a proliferação dessas ameaças à segurança das pessoas. Suspendemos Parler da App Store até que eles resolvam esses problemas.”