Eduardo Cunha afirma em seu livro que impeachment de Dilma foi articulado no apartamento de Rodrigo Maia
Eduardo Cunha, o mais ruidoso dos personagens que comandaram a Câmara, acaba de concluir seu “livro-bomba” sobre a história não contada da queda de Dilma Rousseff. Preso pela Lava Jato, o ex-deputado federal relata em seu livro, que contém 740 páginas que assombram muitos políticos do cenário atual e será lançado em abril pela editora Matrix, que o primeiro pedido de impeachment contra a ex-presidenta Dilma Rousseff (PT) partiu do então deputado Jair Bolsonaro (Sem partido), que hoje ocupa a cadeira presidencial e se vê ameaçado por mais de 60 processos que pedem seu impedimento do cargo.
“O primeiro pedido de impeachment coube ao então deputado (…), em função das denúncias de corrupção na Petrobras. Eu rejeitei o seu pedido. De todos os pedidos por mim rejeitados, Bolsonaro foi o único que recorreu”, conta, segundo reportagem da revista Veja sobre o livro, que tem o nome de Tchau Querida, o Diário do Impeachment.
Segundo publicação das revistas Forum e Veja, Cunha ainda conta na obra que o deputado Baleia Rossi (MDB-SP), que hoje disputa a presidência da Câmara – cargo em que o ex-parlamentar ocupava à época do golpe contra Dilma -, articulou contra a presidenta. Baleia hoje é candidato de Rodrigo Maia (DEM) e conta com o apoio do PT na disputa contra Arthur Lira, candidato de Jair Bolsonaro, ao comando da casa.
Segundo o ex-deputado, o impeachment foi articulado no apartamento de Maia no Rio de Janeiro que contou com a presença dele próprio, além de Carlos Sampaio, à época líder do PSDB na Casa, e o também tucano Bruno Araújo, o atual presidente nacional da legenda.
Como é de conhecimento de todos, a trama teve como personagem principal o vice, Michel Temer (MDB-SP), que, segundo Cunha, “simplesmente quis e disputou a Presidência de forma indireta”. “Foi, sim, o militante mais atuante. Sem ele, não teria havido impeachment”.