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Manifestantes ateiam fogo em carros nas ruas de Paris


Neste sábado, 5, milhares de pessoas foram às ruas de Paris para denunciar a violência policial e os planos de política de segurança do presidente Emmanuel Macron que, segundo críticos, prejudicam as liberdades civis. Os manifestantes são contrários ao artigo 24 da nova Lei de Segurança Global que estabelece um ano de prisão e € 45 mil de multa (ou perto de R$ 300 mil) para quem divulgar “a imagem do rosto ou de qualquer outro elemento de identificação de um policial ou de um gendarme em ação de serviço”.

O protesto de hoje nas ruas da capital da França foi marcado por confrontos entre policiais e manifestantes. Jovens encapuzados atearam fogo em carros e quebraram vitrines. As manifestações ocorrem pelo terceiro sábado consecutivo. Segundo a Rádio França Internacional, o ministro francês do Interior, Gérald Darmanin, um dos defensores do projeto, alega que os jornalistas poderão continuar transmitindo imagens de policiais em ação e que serão proibidos apenas os vídeos com cenas que incentivem a violência contra as forças de segurança do país.

Contra a lei de segurança

Segundo o portal R7, inicialmente prevista como uma manifestação sindical contra a precariedade do trabalho, este dia de mobilização se juntou ao protesto contra a violência policial e a lei de segurança global, que há várias semanas mobiliza defensores das liberdades.

O texto pretende enquadrar a divulgação de imagens de policiais, o que seus detratores consideram um golpe “à liberdade de imprensa, liberdade de expressão e liberdade de manifestação”, e estabelecerá “instrumentos de vigilância em massa”.

As manifestações denunciam a violência policial, especialmente após dois casos polêmicos no final de novembro: o espancamento brutal de um produtor negro, pelo qual três policiais foram acusados, e a evacuação de um acampamento de migrantes no centro de Paris.

“Em dois anos, não tinha visto violência, não é normal que não possamos filmar”, disse à AFP Nadine, um “colete amarelo”, um movimento de protesto social que surgiu no final de 2018.

Acusado de multiplicar medidas “liberticidas”, Emmanuel Macron quis se dirigir diretamente aos jovens, em entrevista ao portal online Brut na sexta-feira.

“Não posso permitir que digam que estamos reduzindo as liberdades na França”, disse ele. “É uma grande mentira. Não somos a Hungria nem a Turquia”, insistiu.

O presidente francês também denunciou a violência de alguns policiais, bem como as cometidas contra as forças de segurança.

Macron também explicou que deseja abordar a questão dos controles discriminatórios e prometeu lançar uma plataforma nacional em janeiro para denunciar a discriminação.

Ao mesmo tempo, prevê generalizar as câmeras para agentes.




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