Líderes religiosos entram com ação na justiça contra proibição de cultos presenciais aos domingos, no Reino Unido
Os governos inglês e galês estão sendo processados por mais de 100 líderes religiosos do Reino Unido por suspenderem os cultos presenciais aos domingos devido a mais um lookdown decretado em razão do crescimento no número de infectados com a COVID-19. Segundo os pastores, as restrições aos cultos públicos infringem o Artigo 9 da Lei dos Direitos Humanos sobre a liberdade de expressar crenças religiosas.
O Christian Legal Center representa o grupo e alega que ambos os governos proibiram os cultos, porém permitem que as igrejas permaneçam abertas para atividades seculares.
“Os governos inglês e galês agora introduziram dois conjuntos sucessivos de medidas de bloqueio que proíbem e criminalizam completamente o culto público comunitário, um aspecto central da vida religiosa dos Requerentes e suas congregações”, diz a alegação.
Em março deste ano, quando começou a pandemia do novo coronavírus, as igrejas foram fechadas 100%, sendo reabertas em junho. Agora, com o novo decreto, as igrejas ficam autorizadas a realizarem pequenos funerais e orações individuais.
Os líderes religiosos afirmam que cancelar os cultos não é válido por que todas as ações de segurança foram tomadas. O Pastor Ade Omooba MBE, que está liderando a contestação no tribunal afirmou que pedir a revisão judicial foi a única saída que encontraram. “Ficamos sem alternativa a não ser buscar uma revisão judicial sobre esta questão crucial e nesse momento significativo para a liberdade de culto na igreja neste país”.
O ex-bispo de Rochester, Michael Nazir-Ali, afirmou que os líderes religiosos entendem os riscos da pandemia, mas que é preciso defender a liberdade religiosa. “O princípio da liberdade de culto precisa ser mantido e as igrejas têm sido assíduas em manter a segurança nos prédios e entre os fiéis”, disse ele. “Há um mal-estar generalizado entre muitos líderes da Igreja sobre a falta de evidências quanto a eficácia da proibição do culto coletivo”.
A ex-primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, também expressou preocupação em relação à política do governo. “Minha preocupação é que o governo hoje torne ilegal a realização de um ato de adoração pública com a melhor das intenções, estabelece um precedente que pode ser mal utilizado por um governo no futuro com a pior das intenções. Isso tem consequências indesejadas”, declarou ela.