Em evento para lançar um programa de retomada ao turismo no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro falou nesta terça-feira, 10, sobre a ilha de Fernando de Noronha, que pertence ao estado de Pernambuco. Brevemente, Bolsonaro reclamou das taxas de manutenção pagas ao estado nordestino e ao governo para aqueles que desejam frequentar o local como turistas. “Se alguém quiser ir para lá tem uma taxa estadual de R$ 73,52 por dia. E uma taxinha federal, para quem quiser ir na praia, de R$ 110. Se você for estrangeiro, passa para 220. Quem vai em uma ‘pipoca’ dessa? Eu não quero falar palavrão aqui porque sou uma pessoa bastante educada. Não tem como ir para frente essa pipoca, não tem”, reclamou. O presidente incentivou, ainda, a revogação de decretos ambientais para fomentar turismo no país, de acordo com a Jovem Pan.
“Ninguém quase pode ir para lá [Noronha]. É restrição de toda maneira, tinha até um gerador de energia eólico, um passarinho apareceu morto embaixo. Acabou, Não tem mais energia eólica em Noronha”, afirmou o presidente, dizendo que carros elétricos são abastecidos em um gerador movido a diesel na ilha. “Agora, vamos tentar, prezado Ricardo Salles, Marcelo Antônio, se o morador de Fernando de Noronha pode decidir sobre seu futuro. Falam tanto em democracia e liberdade. Tô aqui com a praia do Sancho aqui, ó, esse feriadão. Não teve ninguém lá. Aqui do continente um ditador diz que ‘não, enquanto tiver Covid não tem turismo nesse negócio aí’, e fica por isso mesmo”, disse Bolsonaro, mostrando pelo celular uma foto de uma praia da ilha e alegando que se sente preocupado com a forma como moradores do local “lutam para vencer obstáculos”.
A ilha de Fernando de Noronha reabriu para turistas no dia 10 de outubro e, 13 dias depois, voltou a registrar transmissão comunitária da Covid-19 após passar seis meses sem transmissões do tipo na ilha. Ao todo, 133 casos da doença foram confirmados desde o começo da pandemia até o momento. Desses, 81 de moradores da própria ilha e 52 de casos que vieram do continente. As taxas federais às quais o presidente se referiu são voltadas ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que administra o Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha. O valor de R$ 111 para brasileiros e R$ 222 para estrangeiros permite que as praias sejam visitadas por 10 dias.