Saúde

Anvisa emite nota oficial e rebate Doria


Conforme noticiamos ontem, 26, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou que a vacina contra a covid-19 produzida pelo laboratório chinês Sinovac Biotech em parceria com o Instituto Butantan poderá ser introduzida no Brasil mesmo sem a certificação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Segundo o tucano, basta que o imunizante receba o aval de agências reguladoras internacionais. Doria declarou ainda que a Anvisa está sob suspeita de interferências políticas do presidente Jair Bolsonaro.

Hoje (27), a ANVISA rebateu as declarações do governador. Em nota oficial, a Anvisa disse que há pontos a serem avaliados que não são levados em conta por agências de outros países, como “evidência de que vacina é eficaz e segura em brasileiros; condições técnico-operacionais da fábrica da vacina; prazo de validade e medidas de qualidade para preservação da vacina, considerando as condições climáticas de nosso país; medidas para acompanhamento e tratamento dos efeitos colaterais da vacina ocorridos nos indivíduos vacinados aqui no Brasil”.

“Mesmo após o registro em algum outro país, a avaliação da Anvisa é necessária para verificar pontos que não são avaliados por outras agências internacionais”, completa o texto.

No comunicado, o órgão fez questão de mencionar várias questões relacionadas à vacina chinesa que ainda impedem de ter o aval para ser aplicada no Brasil.

“O Instituto Butantan não entregou o resultado de nenhuma fase de pesquisa clínica com seres humanos para a Anvisa; até o momento, a Anvisa recebeu somente dados pré-clínicos, que são dados anteriores aos testes com seres humanos, ao contrário do que foi afirmado de que dados referentes à fase 3 já haviam sido entregues; em reunião realizada entre a Agência e o Instituto Butantan, nesta quinta-feira (26/11), o Butantan afirmou que o pacote de informações necessárias para a avaliação da vacina ainda não foi concluído pelo Instituto”, ressalta.

Por meio de sua conta no Twitter, João Doria afirmou que houve “confusão” em relação à sua declaração. Para ele, “existe diferença entre validar uma vacina fora do país e autorizar sua aplicação em território nacional”.

“A vacina pode, sim, ser registrada em agência internacional integrante do ICH-International Council for Harmonisation of Technical Requirements for Pharmaceuticals, do qual o Brasil faz parte“, escreveu.




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