Ativista cumpre medida restritiva em casa há mais de 90 dias e defesa argumenta perseguição política
A ativista Sara Winter denunciou, na noite de ontem (30), uma falha na tornozeleira eletrônica que monitora o cumprimento de prisão domiciliar. Ela teme que a justiça determine sua volta à cadeia mesmo não tendo descumprido a restrição.
Segundo Sara, o equipamento começou a disparar e ao buscar assistência da central de monitoramento foi orientada a retornar para o perímetro de sua residência. Contudo, ela justifica que não houve deslocamento fora do permitido.
A movimentação além do perímetro autorizado judicialmente configura falta disciplinar de natureza grave. O juiz responsável é informado sobre a violação e analisa a justificativa do ato para decidir pela revogação ou continuidade do benefício. Portanto, em razão da falha do equipamento a ativista teme retornar a prisão.
Ela ainda critica a manutenção da determinação judicial, que cumpre há mais de 90 dias, sem que haja acusação que a justifique, enquanto “quem tá em regime semiaberto, que já matou, estuprou, traficou não pode ficar mais de 90 dias”, compara.
Os advogados de defesa argumentam que Sara é vítima de perseguição política por fazer parte do grupo de apoiadores do presidente da República Jair Bolsonaro e ser crítica ao abuso de poder de membros do judiciário.
Investigação
Sara Winter é líder do grupo 300 do Brasil, que reúne apoiadores do governo Bolsonaro. Membros do movimento passaram a ser investigados no inquérito que apura supostos atos antidemocráticos contra os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
A ativista teve prisão provisória de 5 dias decretada pelo ministro Alexandre de Moraes em 14 de julho e posteriormente prorrogada por igual período. Após o fim do prazo Sara foi libertada, mas por decisão judicial é obrigada a cumprir prisão domiciliar por prazo indeterminado com monitoramento de tornozeleira eletrônica. Informa o Relevante News.
