Ministério da Agricultura trabalha para estimular a organização das mulheres no campo, diz Tereza Cristina
A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Tereza Cristina, destacou que o ministério está trabalhando para estimular a organização das mulheres no campo, ao participar na segunda-feira (26) do 5º Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio.
Tereza Cristina defendeu o cooperativismo como uma das formas de organização das produtoras rurais para terem acesso à tecnologia, mais crédito e recursos produtivos – desafios enfrentados por elas no campo. Além disso, os setores organizados conseguem se recuperar de forma mais rápida diante de uma crise, como ocorre durante a crise da covid-19. As cooperativas, por exemplo, receberam R$ 60 milhões como crédito extra para capital de giro.
A ministra relatou que o setor de hortifrútis enfrentou dificuldades no início da crise, em razão do fechamento das feiras livres, mas conseguiu se recuperar por ter se organizado. A ministra contou que recebeu sugestões, inclusive, de cooperativas lideradas por mulheres de como deveria ser a retomada das vendas de frutas e hortaliças.
“Onde nós temos a organização, uma cooperativa com mais experiência, fica mais fácil ainda [a recuperação]. Qualquer tipo de organização é mais benéfico, e as coisas acontecem mais rapidamente e os prejuízos são menores”, disse a ministra no encontro virtual.
No Brasil, 19% dos estabelecimentos rurais são dirigidos por mulheres, totalizando quase 1 milhão que trabalham como produtoras, segundo Censo Agropecuário 2017, do IBGE. A maioria está na Região Nordeste (57%), seguidas pelo Sudeste (14%), Norte (12%), Sul (11%) e Centro-Oeste (6%).
De acordo com Tereza Cristina, o cooperativismo é uma das linhas de ação do AgroNordeste, programa voltado para pequenos e médios produtores da região que já comercializam parte da produção, mas ainda encontram dificuldades para expandir o negócio. A ministra informou que o Mapa está estimulando que grandes cooperativas localizadas no Sul, Sudeste e Centro-Oeste façam parcerias com entidades do Nordeste para troca de experiências.
No evento, a ministra ressaltou a necessidade dos produtores rurais se adequarem às exigências do mercado consumidor globalizado, como a implantação da rastreabilidade dos produtos.
Segundo Tereza Cristina, o Mapa disponibiliza protocolos com orientações para os produtores rurais. “Se não houver crescimento na cadeia de valor, [o produtor] vai ficando para trás. Não tem como fugir disso”, afirmou Tereza Cristina.